Atualmente, é quase clichê – mas é essencial! – dizer isso: é necessário que apreciemos e amemos a nossa própria pessoa, tanto quanto é necessário amarmos e apreciarmos aos outros. E, para isso, precisamos ter uma boa autoestima!
Ao mesmo tempo em que estamos tão cientes desse fato que ele quase se tornou um lugar comum, numerosas pesquisas indicam que as mulheres estão se sentindo cada vez mais inseguras em relação à sua própria beleza, ao seu corpo e à sua personalidade.
Os motivos são muitos, entre os quais os sufocantes e inatingíveis padrões de beleza que nos são impostos dia após dia, e que tendemos a reproduzir inadvertidamente, mas esse não é o principal foco desse texto.
O que pretendemos, em um primeiro momento, é aconselhar as nossas leitoras quanto à maneira através da qual poderão desenvolver, conservar e alimentar uma melhor autoestima e uma maior dose de afetividade por suas próprias pessoas.
TENHA CONFIANÇA EM SI MESMA
A estilista belga Diane von Fürstenberg declarou em certa ocasião que “no momento em que uma mulher se transforma em sua própria melhor amiga, as coisas se tornam muito mais fáceis para ela”.
E, para se tornar a sua melhor amiga, é necessário que confie em si mesma. Que amizade sobrevive sem confiança, não é mesmo?
Essa confiança deve manifestar-se de todas as maneiras. Confie na sua aparência. Confie na sua inteligência. Confie na sua capacidade.
E, acima de qualquer coisa, conte sempre consigo mesma e não tema a solidão. Recear a solidão é uma das coisas que nos levam a cometer os piores erros, entre os quais conservar relacionamentos, sejam eles amorosos ou não, com pessoas que nem mesmo apreciamos.
Portanto, faça como Jane Eyre, a heroína do romance de Charlotte Brontë, e declare: “Eu cuido de mim mesma. Quanto mais solitária, quanto mais desprovida de amigos, quanto mais desamparada estiver, mais me respeitarei”.
O que, é claro, não significa que a autossuficiência demande que você se afaste de amigos, parentes, amores ou o que quer que seja. É justamente o contrário. Aprenda a apreciar a si mesma e a sua própria companhia, e então será capaz de conviver de maneira muito mais serena e harmoniosa com os demais, amando-os sem depender deles.
MAS NÃO SEJA ARROGANTE
Lembre-se, no entanto, de não permitir que essa confiança se degenere em pretensão ou em arrogância.
Ter um senso muito alto de sua própria importância é algo indesejável, e o ideal é manter sempre uma certa modéstia.
Lembre-se de Jane Austen, segundo quem “ser despretensiosa é tudo o que uma mulher bonita pode desejar para que o seu espírito seja tão encantador quanto a sua aparência”.
SE LIBERTE DOS ESTEREÓTIPOS
Não é novidade para ninguém o fato de que as mulheres foram dominadas durante muito tempo, e que parte dessa dominação estava centrada no ato de incutir em suas mentes a ideia de que eram incapaz de ser autossuficientes e de encontrar camaradagem umas nas outras.
Afinal das contas, quem nunca ouviu alguém dizer que a amizade entre os homens é mais forte do que a amizade entre as mulheres?
De modo geral, esse argumento concentra-se na concepção de que a amizade entre duas mulheres consiste em uma espécie de intimidade competitiva, em um relacionamento ao mesmo tempo doce e rancoroso de “rivais à espreita do primeiro fio de cabelo branco”.
Existe uma certa verdade nisso? É óbvio que sim, pois desde a mais tenra infância a ideia da rivalidade feminina é incutida na mente das mulheres.
E, é claro, esse é um dos principais motivos pelos quais as mulheres se sentem inseguras. Ter que estar sempre de prontidão quanto às demais mulheres é exaustivo, e ver em cada mulher que encontramos uma rival em potencial tende a abalar a autoestima de qualquer uma.
Portanto, evite cair nessa armadilha. Não deixe que a convençam que a mulher ao seu lado é sua inimiga. O inimigo, se é que existe algum, não é ela. Compreenda, desse modo, que você é você – e que você é única, tal como as outras.
ACEITE O SEU PRÓPRIO ESTILO DE BELEZA E O DESENVOLVA
Quase todos os defeitos físicos podem ser corrigidos ou ao menos suavizados, em geral a partir do auxílio de um profissional e de uma boa dose de força de vontade.
Assim sendo, cuide de si mesma. Isso realmente dá muito trabalho, mas vale a pena. Não desista de sua capacidade de atrair (a si mesma e aos outros!), acentuando os seus pontos fortes e minimizando os negativos.
Lembre-se também que muitos dos defeitos que imagina possuir são possivelmente fruto de sua imaginação. E, mesmo que não seja o caso, continue a se dedicar à sua aparência! “É possível se acostumar à falta de beleza”, disse Chanel, “mas não à negligência”.
LEIA OS GRANDES FILÓSOFOS
Ninguém fará com que você se sinta tão em paz consigo mesma quanto os filósofos cujas obras temos o prazer de contemplar até os dias de hoje.
Especialmente os estoicos, eu diria. Ao lembrá-la da fugacidade da vida, eles sem dúvida farão com que você se dê conta do fato de que devemos viver de maneira ao mesmo tempo intensa e serena, nos dedicando às coisas que apreciamos, aceitando as particularidades das pessoas ao nosso redor e ignorando as questões irrelevantes e estúpidas com as quais por vezes nos preocupamos em excesso.
Leia-os! Algumas frases de Sêneca, de Epicteto e de Marco Aurélio serão o bastante para deixá-la mais sábia e madura.
SAIBA QUE HÁ SEMPRE ESPAÇO PARA O APRIMORAMENTO
Como eu disse, é preciso aceitarmos quem somos – a nossa personalidade, o nosso estilo de beleza e as nossas tendências pessoais devem estar claros para nós, e é imprescindível confiarmos na nossa capacidade.
O que não significa, é claro, que você deve aceitar cegamente todos os seus defeitos e não se esforçar para mudá-los.
Sempre que encontrar em si mesma um aspecto desagradável – como um temperamento muito explosivo, unhas quebradiças ou péssimos hábitos alimentares –, esforce-se para mudar.
Como dissemos inúmeras vezes, ame a si mesma e se aceite tal como é, mas não permita que isso se transforme em uma espécie de acomodação. Você nunca vai ser perfeita, mas pode dar o seu melhor para chegar o mais perto possível disso.
O que você pensa?